Portaria da Saúde incentiva uso de penicilina contra Sífilis

18/01/2012 10:30
 
Portaria da Saúde incentiva uso de penicilina contra sífilis

O Ministério da Saúde quer incentivar o uso de penicilina nas unidades de Atenção Básica à Saúde, com o objetivo de reduzir os casos de sífilis congênita no Brasil. Uma portaria determina que o antibiótico esteja disponível nos serviços de todo o País. Hoje, a oferta já existe, mas muitos centros resistem em prescrever e ofertar o remédio, por temer uma forte reação alérgica.
O infectologista Frederico Zago explica que o tratamento da sífilis, tanto em adulto quanto neonatal ou congênita, é universalmente feito com o uso da penicilina. A implementação de práticas para a melhoria do pré-natal e da vigilância na detecção de casos da doença em gestantes tem buscado ampliar a oportunidade de iniciar o tratamento o mais precoce possível e a droga preconizada é a penicilina. “Porque é a mais ativa e que proporciona melhor resposta ao tratamento. O germe que causa a sífilis, o Treponema pallidum, é extremamente sensível à penicilina. Acontece que, tida como um antibiótico ultrapassado, às vezes, a penicilina não é usada, mas tem uma importância muito grande contra a sífilis”.
Zago destaca que esta campanha é uma ação conjunta para melhorar tanto o diagnóstico quanto o tratamento, já que a sífilis congênita causa diversas má formações, fazendo com que a criança nasça com problemas graves de saúde, que podem levar ao óbito. 
“O tratamento correto e precoce ajuda a reduzir o risco do aparecimento de sequelas, podendo ser aplicado inclusive na gestante, antes de o bebê nascer. Além de gratuito, o tratamento com a penicilina garante 100% de cura”, frisa Zago.
O Ministério da Saúde informa que, em 2006, foram identificados no País 5.789 casos de sífilis congênita em menores de um ano e apenas 1% da população têm alergia ao medicamento. De acordo com o banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/NET) em 2010 foram notificados 27 casos da doença em Uberaba, sendo sete de sífilis congênita, 11 de gestantes e o restante adquirida. Enquanto que de janeiro a novembro de 2011 foram informados 24 casos, sendo sete de transmissão de mãe para feto, 13 em gestantes e o restante adquirido. 
A doença, considerada evitável, pode causar aborto, má formação do feto e morte ao nascer. Bebês podem ainda ter cegueira, surdez e deficiência mental. Um protocolo para o uso da penicilina visa a preparar equipes de saúde para que façam um teste antes de prescrever a penicilina aos pacientes. Caso a sensibilidade ao antibiótico seja identificada, outro remédio poderá ser indicado.
 

link da notícia: https://www.jmonline.com.br/novo/?noticias,7,SA%DADE,55750

Thassiana Macedo - 10/01/2012

 

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